cartesiana-mente-cartesiana

O vento que soprava no litoral contrário ao pacífico trazia naquele outono de 1500 maresia e os saqueadores-estupradores. Todos homens cartesianamente demarcados. As ondas do atlântico anunciavam bandeiras e leis e oficialidades. Fronteiras e cartórios e igrejas e relógios. Mortes e combates. Fugas e embates. O errado, “índias”. Em nome do direito (romano), a colonização. Américo, o latino, deu nome as terras utilizando a lâmina de sua espada como instrumento de convencimento. Soavam sinos, tiros e o português arcaico. Logo veio gente-áfrica escravizada. Trazidas no porão. Todo camburão viria a ter um pouco daqueles navios negreiros. A escravidão permaneceria por muito tempo como a característica nacional do Brasil. Dando voltas numa árvore, obrigadas a esquecer do que lembravam. Mercadorias-mulas-mulatas. Sobre-viveu a re-existência quilombola. A favela de outrora. Mais tarde, no bonde do cabral, matando geral brotou marquês de pombal abrindo portas pro capital. Em breve a realidade da família real. Aqui-agora quem ditava era Marquês de sapucaí. Samba no pé e lágrima no olho, disfarçada num semblante sorridente. A propaganda foi “Brasil independente”, mas quem é que sendo rei ou rainha ainda não fica contente? Quem coloca no céu a princesa isabel? Getúlio, o “pai dos pobres”, era a cara do estado novo. Não é novidade facista fingindo estar junto com o povo. Vende-se ditadura militar pro empresário que quiser comprar. Classificados do Globo. Eleições pega-bobo. Esquerda ou direita? É na binaridade que você se ajeita? Tenha dó! De um lado mulher anti-terrorista, do outro, malandro de helicóptero traficando pó. Não tenha mais paciência com a reforma da previdência! Representou! Assim eu não faço. Pelo menos na foto, no face, a gente, riso amarelo, um abraço. Enquanto isso na cruz, Cláudia Silva, Amarildo e Carolina Maria de Jesus.